sexta-feira, 2 de abril de 2010

Meras Recordações

Antes de começar a escrever, pensei muito. Não sabia exatamente no que estava pensando, ou o sentido daqueles pensamentos. Apenas pensava.
Tinha medo, não sei de que. Só tinha medo.

Uma manhã de forte chuva, acordei, olhei para os lados e não tive vontade de fazer nada, apenas me abandonar ali, naquele que parecia ser o melhor lugar do mundo, ao menos nos momentos em que queria fugir de tudo. Olhei mais uma vez ao meu redor, me perguntava a todo instante por que estava me sentido daquele jeito. Era muito forte e sufocante, foi quando tive medo. Era um medo de nada e ao mesmo tempo de tudo. Queria fugir daquela sensação. Mas, fugir pra onde? Tinha que encarar a verdade, não havia saída, ao menos não uma saída que me agradasse.
Olhei o relógio, eram apenas 04h00min da manhã. Assustei-me. O que fazia acordada a essa hora? O medo aumentou, de modo que o desespero surgiu. Queria gritar, mas não havia como, estava sufocando. Tentei me acalmar, organizar os pensamentos, espantar o temor. Comecei a focar mais nas ideias, tentar entendê-las.

Percebi que cada pensamento vinha acompanhado de uma lembrança de minha vida. Difícil era saber a razão de tantas recordações repentinas. Nunca saberei explicar exatamente a sensação que tomou conta de mim.
Fico a me perguntar, o que poderia proporcionar tal fenômeno? Senti mais medo, afinal dizem que quando se está prestes a morrer, a lembranças da vida começam a surgir como um filme. Mas, não era isso. Era algo maior. Era algo mais forte. Não era aproximação da morte e sim de vida.
Repentinamente senti um renovo, minhas lembranças tinham uma motivação. Precisava recordar tantos fatos, precisava voltar a sentir determinadas coisas para poder entender o que acontecia.

Trilhamos por caminhos tão tortuosos na vida, tentamos fazer o que é impraticável, buscamos alcançar o inalcançável. E não fiz diferente, continuamente buscava o que não deveria buscar, sonhava com o que não poderia sonhar, tentava encontrar o que não era impossível se achar. Tinha que reconhecer que é isso que motiva a continuidade do viver. Temos a necessidade de questionar, de errar, de voltar atrás, para poder nos desenvolver, para crescermos de fato. Porém nada disso é válido se não for acompanhado pelo reconhecimento, pelo arrependimento, pela aprendizagem.

Esse momento que vivi serviu para me demonstrar o quanto precisava mudar, crescer. Todos nós precisamos disso, precisamos entender o que somos de fato e aceitar que viver consiste em cair e levantar, lutar e perder e/ou vencer. Apenas quando isso fica claro em nossas mentes que podemos viver de verdade. A vida nos oferece muitas oportunidades, cabe a nós aceitá-las e fazer a diferença.

Uma manhã de forte chuva, acordei, olhei para os lados e não tive vontade de fazer nada! Foi nesse momento que compreendi cada uma das minhas recordações. Foi nesse momento que comecei a mudar e a encarar a realidade em que me inseria, aceitando-a e lutando para modificar o que precisa ser modificado.

3 comentários:

  1. Apenas duas palavras Excelente e Real, é o que muitas pessoas precisam aprender, para assim descobrirem que as situações descritas no texto fazem todo sentido.

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  2. medo/fugir..
    Essas palavras me lembram você, mas definitivamente, não deveriam combinar com uma pessoa tão forte e guerreira assim !

    Lindos textos que você escreveu, admiro essa sua capacidade de tranformar sentimentos em palavras de uma forma tão singela. Você é iluminada. parabéns ! ;*

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  3. muito bons os textos... '-' bastante reflexivos :D~
    vo pegar uns e fazer musicas :D
    huehuehuee
    vai ser uma boa parceria =D~
    huehuee

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